Relação conjugal: Como construir um relacionamento saudável?
- Fernanda Caviquioli
- 4 de mai. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de out. de 2022
O que fazer para que os casais consigam atender as expectativas um do outro.

Quando duas pessoas decidem se unir para viver uma vida conjugal, dão continuidade ao processo de descoberta das dores emocionais e faltas afetivas, buscando um no outro alcançar a felicidade e o amor que idealizam; no entanto, é comum os casais não conseguirem atender às expectativas um do outro.
A princípio, é importante considerar que a escolha do parceiro não acontece por acaso. Se ambos observarem suas histórias familiares, poderão reconhecer questões vividas que os aproximaram, no intento de reproduzir a forma relacional dos casais das suas famílias ou de tentar construir uma relação diferente.
As discussões sobre quem tem a razão diante de um conflito na vida conjugal acaba não sendo produtiva, já que, emocionalmente, ambos estão precisando compreender os botões das dores emocionais que foram acionados quando ficaram chateados ou magoados um com o outro.
Embora a relação conjugal seja um caminho para o crescimento e desenvolvimento a partir de uma escolha feita no final da adolescência ou na vida adulta, existe um trecho antes desse ponto chamado infância e adolescência, que foram percorridos em contextos familiares diferentes.
Sendo assim, já existia um padrão relacional, marcas e questões registradas em cada um do casal, algumas conhecidas, outras não, que irão determinar e impactar na construção da relação conjugal e na formação do núcleo familiar.
Então, ao invés das brigas se tornarem um cabo de guerra, no qual cada um puxa de um lado e nada pode ser construído, que tal trabalharmos a compreensão das relações familiares vividas no contexto de cada um? O que acontece entre duas pessoas é a ressonância do que aconteceu em suas famílias.

Os dois estão na relação aprendendo, tendo que se comunicar, alinhar e ajustar formas de se relacionarem para que possam estabelecer uma boa convivência. Cada família tem suas particularidades, uma senha de Wi-fi, para acessar é preciso saber a senha.
Quando queremos transmitir uma mensagem é preciso certificar-se de que o outro lado compreendeu exatamente o que gostaríamos de comunicar antes de reagir com uma resposta negativa. Não devemos impor o nosso ponto de vista como se fosse o único. Não se trata de quem está certo ou errado e sim, de esclarecer o que está acontecendo nessa relação entre dois, que está impedindo a criação de um novo modelo relacional.
A reação em uma discussão é muito instintiva. Nesse momento, ambos estão querendo se defender, e não há espaço para considerar o ponto de vista um do outro. O olhar está voltado para a defesa pessoal. Como encontrar a solução olhando para um fato isolado? É preciso contextualizar, visto que a agressividade conta uma história de padrões relacionais que foram transmitidas há muitas gerações.
Para se construir relações conjugais saudáveis é importante respeitar e saber que ambos pertencem a famílias diferentes. O sobrenome que recebemos é o primeiro sinal de pertencimento, e é fundamental que cada um possa carregar consigo esse sentimento de pertencimento.
O desafio seguinte é avançar no processo de diferenciação, ou seja, se desenvolver e conseguir gerir a própria vida, realizando escolhas coerentes com o que se deseja, a fim de estabelecer relações saudáveis, nas quais possa haver diálogo e respeito diante das divergências.
Acredito que os conflitos iluminam as diferenças com questões que devem ser refletidas a dois. O conflito demonstra que cada um está querendo fazer do seu jeito, mas fazer do jeito de um é anular o jeito do outro. Na relação conjugal, se não for uma negociação em que os dois possam ganhar, os dois perdem.
Portanto, para uma relação conjugal saudável, devemos abrir mão dos nossos julgamentos, preconceitos e conclusões fechadas em fatos isolados construídas com base no sentimento de raiva; uma raiva que conta muito mais das marcas recebidas da família de origem de quem a expressa, do que das do seu cônjuge, uma vez que que esse foi escolhido com referências familiares de quem o escolheu.

É importante se disponibilizar para o diálogo, ao invés de só expor pontos de vista divergentes e transitar rigidamente sobre duas polaridades, sem considerar os sentimentos e reflexão do outro. Para se comunicar é preciso compreender a história familiar do parceiro e contextualizar o gatilho do conflito. Desta forma, há mais possibilidade de ser empático com o cônjuge.
Por fim, é preciso praticar o respeito, a impecabilidade na forma de tratar o cônjuge; responsabilizar-se pela relação; considerar os sentimentos do outro; ouvir procurando compreender que a mágoa e chateação verbalizada ou silenciosa está falando algo que precisa ser ressignificado na história familiar, de modo que o casal possa seguir no processo de construção de uma relação saudável.





Quando conseguimos desvincular a responsabilidade do outro, ao entendimento que em um relacionamento é necessário a divisão desses valores, o relacionamento fica mais leve e duradouro! Ótimo texto
Que texto maravilhoso, é luzes para nossos, olhos...parabéns doce Fernanda
Excelente texto, traz muitos aspectos a serem repensados sobre o modo de construção de um relacionamento saudável!
Parabéns Fe está lindo esse seu trabalho e espero que vc possa ajudar muitos casais e famílias como tem me ajudado. Sucesso amiga!